A Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib) é uma das organizações diretamente envolvidas na discussão da MP 868. Foi uma das organizadoras do Fórum Mundial da Água, realizado em 2018 em Brasília. 

A Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes) é parcialmente contrária à MP. Representa posições por vezes próximas à da Sabesp.

A Associação das Empresas de Saneamento Básico Estaduais (Aesbe) reúne as companhias que respondem pela maior parte dos serviços no Brasil. Recentemente, conseguiu reunir a maioria dos governadores em oposição à medida, alegando que se trata de uma privatização forçada que levará ao sucateamento das empresas estaduais.

Diretor executivo da Agência Reguladora dos Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará. E sócio da Reinfra Consultoria, que por sua vez presta serviços para empresas de saneamento e para o Trata Brasil. 

A Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento (Assemae) é contra a obrigação de que os municípios ofereçam os serviços ao setor privado. 

É um antigo entusiasta da privatização da água. Não é diferente na MP 868. Ao mesmo tempo, é um formulador de políticas públicas e um acionista de empresas privadas que lucram diretamente com essas políticas. 

Apesar do discurso oficial de que não há dinheiro, o banco público será o financiador das empresas privadas, com juros abaixo da inflação, caso a MP 868 avance. 

Superintendente Adjunto de Apoio ao Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos da Agência Nacional de Águas, tem sido um interlocutor central nas negociações da MP. É também ligado à Fundação Lemann e o atual coordenador do Infra2038.

É de um pedido da Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon) que nasce a MP 868. A organização queria que os municípios fossem forçados a consultar sobre o interesse do setor privado em assumir os serviços de saneamento. 

El gran demónio

Foi presidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), que tem uma posição institucional próxima à da Sabesp. É um dos opositores mais importantes da medida. Foi presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo e secretário da Casa Civil do governo Alckmin entre 2016 e 2018.

Foi Lemann Fellow, ou seja, ganhou financiamento da Fundação Lemann para um mestrado em Políticas Públicas em Oxford e para a estruturação de um movimento que diz querer renovar a política partidária no Brasil. 

Deixou em dezembro a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib) para em janeiro assumir como secretário de Desenvolvimento de Infraestrutura do Ministério da Economia. É um negociador-chave da MP 868.

A Federação Nacional dos Urbanitários e o Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento (Ondas) são as organizações mais frontalmente contrárias à MP. Na visão dessas entidades, a medida não ataca os principais problemas e agrava os já existentes. 

Uma função nevrálgica da fundação é posicionar quadros estratégicos na máquina pública, sempre alinhados com um ideário liberal na economia. O criador, Jorge Paulo Lemann, é um dos homens mais ricos do Brasil. E dono da Ambev, empresa que tem na água o custo mais alto. 

Consultoria ligada a grandes empresas e associações empresariais. Elabora o ranking anual de saneamento divulgado pelo Trata Brasil. 

"No encontro anual da Fundação Lemann de 2017, um grupo de entusiastas pelo tema de infraestrutura – que haviam voltado de universidades como Harvard, Columbia e Oxford – resolveu se unir para tomar um café. De um simples grupo de WhatsApp surgiu algo enorme: o projeto Infra2038: a meta, nada modesta (no melhor estilo Jorge Paulo Lemann), é colocar nos próximos 20 anos o Brasil entre as 20 primeiras colocações no ranking de infraestrutura do Fórum Econômico Mundial (hoje ocupamos a posição #73)."

Foi direto da presidência da Sabesp para a Diretoria de Governos e Infraestrutura do BNDES. Esteve à frente da modelagem para que a empresa paulista de água e esgoto seja totalmente transferida ao setor privado. 

Especialista sênior de Água e Saneamento do Banco Mundial desde 2007, é entusiasta da privatização. 

De propriedade de Alceu Galvão, a empresa presta consultoria para a Trata Brasil, que por sua vez é financiada pelas grandes corporações de saneamento. 

Foi de presidente da Abcon a parlamentar. No ano passado, na primeira tentativa de aprovação da MP, foi um negociador-chave. Teve um mandato direcionado à privatização dos serviços de água e esgoto.

Um dos maiores investidores da Coca no mundo, controla o engarrafamento e a distribuição no Nordeste e em parte do Centro-Oeste. É um multimilionário com interesses empresariais diversos, alguns deles relacionados diretamente à questão da água. 

Posicionou-se como a grande referência nos estudos sobre saneamento. Apresenta-se como think tank independente, mas é financiado pelas grandes empresas privadas de água e esgoto. Tem negociado pela aprovação integral da MP 868.

É um braço do Banco Mundial que atua junto a governos na modelagem de modelos de privatização da água. Firmou acordo com o governo paulista em meio à discussão sobre a venda total da Sabesp e com a Abdib no período que antecedeu a edição da MP 868.